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A BATALHA DOS SÉCULOS

Nós, seres humanos passamos nossos anos turbulentos, desde a criação, seja ela divina ou cientifica, tentando entender como a vida funciona, qual o nosso propósito.


Procuramos constantemente encontrar um sentido para a nossa existência. Mas afinal, existe um sentido? As pessoas encontraram refúgio na religião, na fé e em Deus, mas eventualmente o procuram quando algo está indo fora de seus interesses.


Após os recentes eventos ao redor do mundo, óleos nos oceanos, incêndios devastadores de florestas, guerras mundiais, terremotos, eu me dediquei a entender qual é o real sentido disso tudo. Cheguei a uma estranha conclusão de que constantemente, século após século, estivemos em uma grande batalha, que se repete dia após dia, infinitamente.


Imagino que todos nós somos soldados, e cada um de nós tem uma função. Função essa, que para uns é melhor do que outra. Percebemos isso na sociedade, na divisão de classes, uns são mais pobres que outros, uns são mais ricos que outros. Cada soldado tem uma função que consequentemente causa uma certa repulsa naqueles que receberá uma posição inferior, como trabalhar arduamente por um salário medíocre.


Gerir uma grande empresa, ou ser o Líder de uma grande nação é uma posição invejável, ou ter um status social tão agradável que afeta psicologicamente aqueles que não o tem. A questão é, que todos estamos em um grande oceano, esperando a próxima onda para surfar. É como uma guerra de holofotes, uma guerra psicológica. A cada novo evento, a cada novo problema, gera-se uma polemica, e a cada nova polemica gera-se uma nova onda. Uma pequena oportunidade de ganhar um pouco de luz, dos grandes holofotes, da mídia, da internet, da sociedade.


É impressionante quando um evento trágico, como a morte de milhares de pessoas desconhecidas, traz consigo uma comoção em massa. Sinceramente? Acredito que ninguém se importa de verdade com a morte de estranhos, ninguém se preocupa de verdade com o desemprego de milhares, ou até mesmo milhões, desde que isso não aconteça você. Existem poucas pessoas no mundo que tem um coração puro e bondoso de verdade, com uma empatia forte que vai além da nossa compreensão.


Pouquíssimas pessoas realmente sofrem a morte um estranho. A maior preocupação das pessoas é com elas mesmas, elas apenas se preocupam com suas próprias dores, com seus próprios problemas, com suas próprias perdas. E, a muito tempo as pessoas vem criando um teatro para não parecerem egoístas, hipócritas. Elas acreditam que sentem alguma dor, por uma pessoa que fora espancada nas ruas, ou algumas outras que morreram em uma pandemia. Elas se comovem, fazem barulho, mas pouquíssimo tempo depois elas esquecem, vivem suas vidas, choram suas mágoas, procuram a próxima onda. E tudo desaparece.


Um dos maiores medos da humanidade, não é a morte em si, por que quando morrem, elas são esquecidas aos poucos, e aos poucos deixam de ter a atenção que tiveram em vida. O medo real é morrer e continuar vivendo, não ter a atenção suficiente, ser esquecido, não ser ninguém. Devido a isso, as pessoas são influenciadas psicologicamente pelo medo de serem esquecidas, de sumirem na escuridão, no anonimato, de não serem importantes o suficiente para as pessoas, e passam suas vidas desesperadas pela luz dos holofotes.


Pai, mãe, filho, todos nós queremos um pouco de atenção, atenção só para nós. O fato de amarmos quem amamos, no fundo nos torna egoístas de uma forma inconsciente. O pai tem medo de perder atenção do filho, a mãe também, e o filho dos pais. O que os deixam desesperados em buscar mais atenção, com manipulação, violência, exposição, abuso, excesso de proteção. De alguma forma, todas essas coisas são um reflexo desse medo, dessa guerra psicológica.


Como vemos na política atual, tudo é apenas um jogo, e vence o mais esperto. As pessoas definitivamente não se importam com quem está no poder, e quem está no poder definitivamente não se importa com quem está na sociedade. Tudo é um grande palco, uma arena de batalha, e nós como soldados alucinados, desesperados tentando surfar mais uma onda, para ter um pouco mais de atenção, atacamos uns aos outros. Mas a que preço? Tentamos criar um personagem, uma farsa para mostrar uma boa imagem, uma boa opinião política, econômica e social, para no fundo ganharmos mais atenção.


Jamais saberemos o que é de fato certo, o que é de fato verdadeiro, e eu provavelmente estou tendo devaneios noturnos exóticos, mas um fato irrefutável é que estamos em uma grande batalha dos séculos e nunca jamais sairemos dela, nunca existirá um vencedor e um perdedor, apenas uma infinita ausência de realidade.

- Lucas Matos

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